terça-feira, 20 de outubro de 2009

Vale da Lapa e Gruta Boca do Sapo com problemas de acesso!!!


Domingo agora quando guiava um grupo no Vale da Lapa que divide os municípios de Itirapina e Ipeúna tive um encontro no mínimo inusitado. Quando subíamos a serra pela estrada em direção a caverna do Fazendão fomos abordados por um senhor em uma caminhonete e se apresentou como o proprietário do lugar. Pensei comigo “ahhh então é vc!!!!!!” pois já procurei inúmeras vezes por ele, por diversos motivos e nunca obtive contato, o máximo que conseguimos dele certa vez foi uma assinatura autorizando a passagem de uma corrida de aventura por lá em 2001. Pois agora, após uma multa segundo ele de um milhão de reais tudo mudou, diz que tem que preservar o lugar, e que não quer ninguém mais por lá!!! Disse que poderíamos ir à caverna do Fazendão e que ela ficará aberta, pois a trilha começa na beira da estrada e ninguém vê, mas o acesso ao vale pela estrada está proibido e se parar o carro e ir a pé ele vai chamar a policia. Muito confuso mesmo, percebo que a preocupação não é com o lugar, é com o bolso, pois dessa maneira ele não está protegendo nada, além de seus interesses e continuará a depredação nas cavernas, principalmente na do Fazendão.


O Vale da Lapa é um dos mais belos da região das Cuestas com três cavernas catalogadas, a do Fazendão, a Gruta Boca do Sapo e o Abrigo da Glória, essa ultima é um sitio arqueológico com achados de superfície e raspagem de blocos. O potencial para a escalada vale ser comentado, pois se concentra no local muitas paredes de excelente qualidade, é muita pedra mesmo!!!



Mas infelizmente a insanidade humana foi ao auge no local. A caverna do fazendão está muito pichada, muito lixo de todo tipo é encontrado pelo vale, dentro das cavernas, nas trilhas e nos rios. É impossível ir lá e não voltar carregado de lixo. Agora o que está realmente pegando são as motos, gaiolas etc... que estão fazendo verdadeiras pistas off-road dentro do vale, passando pelos rios e acelerando o processo de erosão e conseqüentemente de assoreamento. Esse caso foi citado pelo proprietário como o principal responsável pela multa!!!




Então fica o recado galera, vamos respeitar. Ainda é possível conhecer ou visitar o pico, mas entrando pela trilha da caverna do Fazendão, em grupos pequenos e claro, seguindo as praticas de mínimo impacto para a atividade http://www.pegaleve.org.br/ .

Caverna do Fazendão e o Tao

Crédito das imagens: Stélio

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Revista escaladaINT nº2

Já está disponível no http://www.escaladaint.hbe.com.br/revista.html a segunda edição da revista virtual com escaladas na Serra do Cipó, entrevista com o Cesinha falando sobre o mundial e com o escalador “Barão”, além de belas fotos e um apanhado geral das conquistas nos arenitos do interior paulista.


Parabéns ao pessoal do escaladaINT pelo belo trabalho! Torcemos e esperamos por mais edições...Kmon!!!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Nota Triste

Conforme circulado na lista da hangon pelo escalador Russo, que reside em São Carlos e é frequentador assiduo do pico, sobre a triste noticia do falecimento do proprietário do Vale do Céu em Itaquerí da Serra, estamos por meio desta postagem prestando nossos sentimentos e rezando para que o Sr Hanz Martin Hiter esteja em paz nos Vales do Céu!!!!!!
Para quem não teve a oportunidade de estar escalando no Vale e ser surpreendido por um senhor com uma bengala, voz suave e sotaque suiço perguntando se eramos profissionais e desejando sorte e que não causássemos acidentes, esse era o Sr Hanz. Gostava muito do vale e de andar pelas trilhas que mandou fazer para facilitar seus passeios, as mesmas que hoje utilizamos como acesso aos setores. Surpreendentemente ele não se mostrava contra nossa atividade em sua terra e ainda nos contava quena suiça já viu muita gente fazendo “isso”. Mas sempre reforçava a frase “cuidado não causar acidentes” em sotaque muito particular e seguia vale a dentro. Nos alertava sobre as cobras que encontrara e apreciava a arte de subir pedras. Só nos sentimos um pouco frustrados por não ter o levado ao Morro Pelado, que é avistado da frente da casa dele, e uma vez nos contou que desejava muito subir lá, e em uma dessas prozas nos comprometemos a leva-lo, mas infelizmente nos ultimos tempos o vimos muito pouco, devido a problemas de saúde e ficamos com essa divida. Mas por outro lado temos o compromisso de cuidar muito bem do seu Vale do Céu, até onde nos cabe, claro. E também elevar o pensamento em oração para que o Sr Hanz atinja o mais atlto cume junto ao criador, amém.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Via cascavél liberada

Após um consenso geral entre os conquistadores da via “Onde a cascavel cochila, mas n dorme” localizada no vale do céu em Itaquerí da Serra sobre a agarra referida no post anterior, a atitude foi tomada nesse ultimo fds. Os escaladores locais Bruno e Du, sem nenhum esforço alavancaram o bloco que caiu espantosamente fácil, o que ressalva a atitude tomada quanto ao caso!!!
Em relação à saída da via, não houve alteração no grau, a mesma é feita um pouco para a direita em um batente diagonal que chega até a primeira chapa, legal e bem tranqüilo!!!!
Paz, luz e mta pressão!!!!!!!!!!!!!


segunda-feira, 20 de julho de 2009

Beta Provisório

A via “Onde a cascavel cochila, mas não dorme” uma das mais freqüentadas do Vale do Céu em Itaquerí, está com sua primeira agarra (laca/bloco) comprometida. Escaladores locais e outros já vêm acompanhando o caso há algum tempo e agora foi detectado que o problema realmente oferece risco ao escalador, pois esta agarra é grande e trará sérios danos caso atinja o mesmo. Portando enquanto o caso é examinado para definir qual atitude a ser tomada, o beta é que saia clipado e saiba bem o que esta fazendo caso entrem na via, possíveis variantes de saída também são uma boa opção, há possibilidades tanto para esquerda quanto para a direita, o lance é evitar o ponto citado que segue identificado pelas fotos abaixo!
Os conquistadores já estão estudando a melhor opção para intervir no problema.
Paz, luz e cadenas a todos!!!!!!!!!





Detalhe do escalador Bruno usando a agarra com a mão esquerda, observem o tamanho da laca e a trinca no canto esquerdo

Escalador Stelio no movimento a ser evitado

segunda-feira, 13 de julho de 2009

3º Setor de Itaquerí


Como já estava mais do que na hora e não suportando mais a angustia de somente olhar os projetos da parede mais interessante do Vale do Céu, o CMSI esta literalmente saindo na mão com a enorme colméia de abelhas africanas que impede a grampeação do setor. No domingo dia 5 deste mês os escaladores locais Stélio, Murilo e Bruno fizeram a primeira investida, onde o Stélio desceu até a colméia, retirou todo o mel e derrubou o caixo com a intenção de pegar a rainha e assim a transferir para outro local sem ter que matar todas as abelhas, mas de perto viu que o buraco é literalmente mais embaixo, pois existe uma fenda ao lado do caixo onde a colméia continua e realmente é muito grande. O jeito foi abandonar e esperar na expectativa delas irem pra outro lugar, já que foi colocado também um pouco de diesel para espantá-las. Após quatro dias foi feito a averiguação e elas continuavam lá, e já refazendo a colméia. Então, já que por bem a briga fica sempre mais difícil resolvemos por um fim ao dilema. O escalador Índio (freqüentador do pico) gentilmente nos cedeu um pouco de veneno especifico para abelhas que foi colocado ontem (12/06) pelos escaladores locais Bruno, Du e Murilo da forma como recomendado e agora é só esperar pra ver. O Índio também além do veneno já esta patrocinando a grampeação dos projetos com 7 chapas bonier e recebe os agradecimentos do CMSI.
Agora falta pouco galera, já estamos nos prontificando a receber propostas de projetos para o setor, já que os escaladores locais a anos (desde a descoberta do pico) possuem projetos no local e gostariam muito de serem procurados para discutirem a melhor forma de conciliação para a grampeação da parede. O contato pode ser feito pelo contato.cmsi@gmail.com ou pessoalmente quando oportuno.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Temporada 2009 CMSI em ação!

Visual do setor das conquistas

Não poderia ser melhor o inicio da temporada, grupo motivado, objetivos em comum, pico novo e muito sanguenozóio! Assim sendo, tudo flui naturalmente... postamos aqui o "diario de bordo" das nossas investidas para abrir um novo point de escalada na região, o lugar é insano com potencial para clássicas, esportivas e o melhor, muitas possibilidades de escalada em móvel. Vamos manter a comunidade escaladora a par das conquistas aqui no blog, onde também divulgaremos o pico quando acharmos por bem.



Sábado, 25 de abril de 2009.

Imprevistos a parte e longos anos marcam essa data que ficará na memória da escalada regional/nacional. A primeira via da Serra da Cachoeira, uma escarpa gigantesca de arenito derivada do relevo de Cuesta, no município de Itirapina SP foi conquistada, após oito ou mais anos de sonho e quatro anos após a primeira inspeção no local. Os escaladores presentes em ordem alfabética, Anselmo (carneiro), Eduardo (Du), Murilo (Zé) e Stélio (stélinho). Quem teve a honra e estava mais preparado no dia foi o Murilo, que com um jogo de nuts, algumas peças de hexentrics, um talon, um cliff hanger, marreta, batedor e muita fé, foi pra cima do jeito que sonhávamos durante esses longos anos, conquistando de baixo pra cima, ato praticamente pioneiro no arenito do estado de São Paulo, que em nosso conhecimento a única via aberta dessa maneira foi a Irishi Jararaca no morro do cuscuzeiro em Analândia. Após mais de 5 horas na parede somente em artificial o “Zé” deu base, a qual servirá pra seguir a via até o cume, uns 20 metros acima e também deverá ser o final de um projeto de via a esquerda desta, um diedro fendado.
A via conquistada ainda sem nome não deverá passar de 5º, possui 4 chapeletas com bolts e cola, usa-se uns 4 móveis em uma fenda no meio da via, perfeita, podendo usar-se nuts ou friends. A base conta com duas chapeletas, sendo uma com seção arredondada para rapel (elo de corrente) e a outra com uma fita de abandono que será trocada quando necessário, já que o local será palco de mais conquistas do CMSI (Clube de Montanhismo da Serra de Itaquerí) devido a vários fatores como: rocha de ótima qualidade, fendas perfeitas, altura para vias clássicas chegando a 70 metros ou mais em alguns pontos, fácil acesso (isso depois que fizermos a trilha), inúmeros blocos para a prática de boulder e um visual único, impressionante. Modéstias a parte, o local em toada sua extensão, abriga o maior potencial de vias de escalada em arenito de todo o estado de São Paulo, senão de todo o Brasil.


Sábado, 09 de maio de 2009

Tudo combinado para o término da referida via na Serra da Cachoeira, o único imprevisto é que o Stélio teve que trampar, mas jogou na nossa mão 9 chapas e a proposta de um nome para a via “Destreza de Primata” devido aos macacos que também escalam os paredões de arenito e são avistados com freqüência se exibindo em manobras que nos deixam boquiabertos. Dessa vez sem atraso, chegamos bem cedo na base da via, Anselmo, Eduardo e Murilo. O Murilo já tinha visualizado para onde ir depois da 1ª base, então sem muito embaço sacou a 1ª enfiada e já deu inicio a conquista da 2ª, protegeu um lance em móvel (com nuts, mas os friends ficariam bem melhores, mas como ainda não possuímos esse brinquedo...paciência e coragem!!!) até fazer uma chapa, mais um lance em móvel até uma árvore (paineira) e mais uma chapa. O Anselmo subiu para fazer a segue dali para que o Murilo pudesse dar cume, a uns 10 metros acima, mais um lance em móvel e detalhe, todos esses lances foram feitos em livre e com bota!!! Então...cume, logo subi até o Anselmo, que subiu até o cume e fui na sequencia, o Murilo nos deu a honra de bater a base e pronto, via terminada, a primeira de muitas, sensação indescritível, visual deslumbrante.
Destreza de primata A1 E1 5° mista – 40 metros.


Sábado 23 de maio de 2009.

O CMSI em ação mais uma vez na conquista da Serra da Cachoeira, dessa vez a equipe com cinco escaladores (Bruno, Carneiro, Du, Murilo e Stélinho) foi para o serviço pesado, já focados em objetivos para o dia, limpar a “Destreza de primata”, abrir uma trilha que facilite o acesso a base da rocha e iniciar as investidas em um novo projeto de via em móvel. O grupo se dividiu ficando o Bruno e o Murilo limpando e soltando os blocos da via, enquanto o Carneiro, Du e Stélinho foram procurar o trajeto para a nova trilha. O grupo se dividiu por volta das 08:30h voltando a se encontrar por volta das 15:00h já com dois objetivos alcançados, via limpa e segura e trajeto da trilha pronto.
Da base da “Destreza” o Murilo fez uma passagem lateral em cliff e bateu um grampo no novo projeto, essa proteção talvez seja a única chapa da via, que tem sua linha em um diedro fendado. O referido grampo serviu para malhar o projeto inicialmente e testar as proteções móveis, que por sinal ficam perfeitas na fenda, o Carneiro e o Murilo entraram no projeto e deram de cara com um crux, deixando a investida para outra “função”, já que estava ficando tarde e precisávamos ir descendo pela nova trilha para o Bruno e o Murilo analisarem o novo trajeto que explora toda a rocha da face oeste da serra. Referindo-se a trilha, somente dois pontos críticos precisam ser modificados ou adaptados e falta agora uma abertura maior do mato nas laterais e limpar o chão, observando que o local é moradia de muitas espécies de cobras.
Murilo (Zé) chegando na primeira base da Destreza de Primata
Crédito das imagens: Stélio Franco

terça-feira, 26 de maio de 2009

Geologia e Geomorfologia da Região

Paredão de arenito na Serra de Itaquerí


Pois bem, como tudo tem seu começo e teoria, essa postagem é de um texto do precursor do montanhismo na cidade, o "Chanel", que explica de forma simples e sucinta como se deu a formação do atual Relevo de Cuesta, que atualmente é palco de escaladas de qualidade e diversidade no interior de SP.

A região de ltirapina está situada dentro da Bacia do Paraná, urna bacia sedimentar, ou seja, área de deposição de rochas sedimentares originadas por precipitação quírnica ou deposição de detritos de outras rochas ou material orgânico. Essa bacia ocupa urna área de aproximadamente 1.750.000 Km2 com rochas desde o Siluriano (410 milhões de anos).
Na região afloram (aparecem em superfície) rochas desde o Permiano Inferior (280 M.a.) até o recente (Quaternário).
A história geológica/geomorfológica (ciência que estuda as formas de relevo, será contada a partir de 280 M. a. para frente).
Há 280 M. a. a região apresentava um mar epícontinental (dentro ou em cima do continente) onde viviam peixes, répteis (mesossauros) entre outros animais e ampla flora. Nesse mar estavam sendo depositadas rochas carbonáticas. Os mesossauros (lagartos pequenos) são encontrados também na África, evidenciando que os continentes Sul Americano e Africano estavam unidos nessa época.
Com o passar do tempo geológico o mar epicontinental (em ± 260 M. a. no Permiano Superior) foi sendo assoreado por rios que carregavam grande quantidade de sedimentos das partes mais altas, formando uma grande planície de maré, com argilas e areias gerando rochas chamadas argilitos e arenitos. Essas argilas são usadas hoje em cerâmicas e olarias da região. Nessa época (Permiano Superior) o clima vinha ficando mais seco. São encontrados fósseis de conchas, crustáceos e plantas.
Na entrada do Triássico (245 M. a.) a região já se apresentava como uma grande praia e com rios assoreados, existiam árvores (hoje troncos petrificados) e alguns lagartos. A partir daí, a região se torna parte de um grande deserto, o maior que existiu até hoje, chamado de Deserto de Botucatu, com uma área de aproximadamente 1.300.090 Km2 (190 M a) onde suas areias apresentam rastros de répteis e mamíferos (observados nos calçamentos de São Carlos e Araraquara) Este deserto apresentava grandes dunas de areia.
Por volta dos 160 M. a. (Jurássico) os continentes Sul Americano e Africano começam a se separar (abrindo o Oceano Atlântico) e abrem-se fraturas na crosta terrestre por onde sobem lavas vulcânicas que cobrem o grande deserto. Essas lavas, cujas rochas se chamam basaltos formam as escarpas da região.
Quando as atividades vulcânicas terminam, o clima ainda é bastante árido, devido a posição do continente sul americano no globo terrestre, ainda existindo feições de deserto. Conforme o continente vai se “ajeitando” no globo o clima vai ficando mais ameno, e por volta dos 80 M. a. este já é semelhante ao tropical úmido de hoje e a região está habitada por grandes dinossauros herbívoros (tiranossauros, parentes do brontossauro) e alguns dinossauros carnívoros, que são extintos por volta dos 60 M. a. quando passamos para a era Cenozóica.
No cenozóico terminam os grandes eventos deposicionais geológicos e têm início os eventos erosivos que darão a forma do relevo que conhecemos hoje.
Nessa era há a grande expansão dos mamíferos, que passam a dominar a Terra, surgindo o homem há 5 M.a.
Com o clima úmido há a formação de grandes rios que erodem as rochas, escavando vales e gerando a Depressão Periférica Paulista pela erosão de rochas mais “moles” como arenitos, argilitos, siltitos e calcáreos, gerando também as Cuestas Basálticas e morros isolados, devido ao basalto (rocha vulcânica) ser uma rocha menos susceptível à erosão.
Vale na Serra de Itaquerí
FORMAÇÃO DAS CACHOEIRAS
As cachoeiras começaram a ser formadas no mesmo período que começou a ser formada a Depressão Periférica, com os rios correndo em cima das cuestas, erodindo rochas mais macias e penetrando em fraturas nas rochas basálticas desagregando-as de modo preferencial e por um caminho preferencial, visto que a água percorre sempre os caminhos mais fáceis.

FORMAÇÃO DOS GEODOS NOS BASALTOS
Quando a lava chega à superfície, esta tende a resfriar-se rapidamente ficando bolhas internas, com líquidos ricos em compostos químicos, que se agregarão e formarão minerais crescidos nas paredes dessas bolhas. Esses minerais podem ser: cristal de rocha, ágata, zeólita, calcita, gipsita, ametista entre muitos outros.
Caverna do Fazendão - Serra de Itaquerí

CAVERNAS
Na região são conhecidas 9 cavernas, as maiores são a caverna da Toca com 345 m e a caverna do Fazendão com 200 m. Essas cavernas são formadas em uma rocha chamada arenito (rocha de areia). Nesse tipo de rocha é mais difícil de se encontrar cavernas do que no calcário (onde se formam grandes e belas cavernas com estalactites e estalagmites).
A formação dessas cavernas se dá pela entrada de água nos poros entre os grãos de areia da rocha, que são dissolvidos. A partir daí formam-se pequenos tubos (milimétricos) por onde começa a passar água e alarga-los por erosão, gerando um grande vazio. O próximo passo é o desabamento de blocos de rocha do teto formando e aumentando a caverna.
Nessas cavernas não são encontradas estalactites ou estalagmites pela dificuldade de dissolver a rocha, mas se formam alguns minerais nas paredes e tetos. No caso da caverna da Toca foi dissolvido ferro do basalto (há uma camada de basalto em cima da caverna) que precipitou no interior da caverna incrustando suas paredes.
Muitas cavernas da região já foram habitadas, encontrando-se pinturas, pontas de flecha, ferramenta líticas, e restos de fogueira. Foram ainda encontradas em bairros da cidade, urnas funerárias com ossadas de habitantes primitivos, estas não são datadas por não haver estudos.
A biologia de cavernas é muito diferente da biologia de seu exterior, dentro das cavernas existem seres adaptados ao meio. Como dentro das cavernas não há luz, ou melhor podemos definir três regiões pela quantidade de luz.
A primeira chamada zona de entrada com bastante luz vivem animais e plantas normais, os que vivem fora das cavernas.
A segunda é chamada zonas de penumbra onde a luz começa a ficar escassa, vivem animais adaptados à parte de fora ainda sem vegetação.
A terceira é chamada zona afótica, ou totalmente sem luz, nela vivem seres adaptados, sem olhos pois não precisam, eles se locomovem e procuram comida pelo tato geralmente são insetos que possuem grandes antenas, os peixes possuem barbas, e outros animais como anfíbios, crustáceos que também possuem aparelhos para o tato. A comida dentro da caverna tem que vir de fora, geralmente por um rio ou por morcegos.
Os morcegos são um caso a parte na biologia de cavernas pois eles se locomovem por radar, ele emite um som não perceptível ao ouvido humano, que ecoa em objetos a frente dele, com isso ele sabe a posição das coisas para não bater em nada.
Existem 1000 espécies de morcegos no mundo, apenas três vampiras, sendo que duas habitam a região.


*FONTE: Nilson Bernardi (Chanel) - Geólogo

Guia de escalada do Vale do Céu

O Vale do Céu é uma propriedade particular situada no Distrito de Itaquerí da Serra, municipio de Itirapina/SP. O local abriga um lindo vale composto por arenito de boa qualidade, hoje um dos principais centros de escalada esportiva do interior. A qualidade da rocha, perfeição das agarras, tetos, fácil acesso e sombra o dia todo fazem do lugar um ponto de parada obrigatório pra quem deseja escalar os arenitos do interior do Estado. Sabendo disso e após muita cobrança da comunidade escaladora o CMSI divulga o croqui do point. Com os textos de Eduardo Santini (CMSI), o designer do Bruno Marcondes (CMSI) e o desenho dos setores muito bem feitos do Fernando Fonseca do CUME (centro universitario de montanhismo e excursionismo) o Vale do Céu esta liberado para a comunidade que pode baixar o manual pelo link (clique aqui) gentilmente criado pelo Davi Marski em seu site. Boas escaladas!!!!!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

com licença, somos o CMSI



É com enorme prazer e entusiasmo que nos apresentamos, somos moradores da pequena cidade de Itirapina no interior de SP, onde está localizada em termos de escalada, a porção mais interessante e impressionante do relevo de Cuesta, que detêm um arenito de boa qualidade em suas escarpas que vão de pequenas "falésias" até paredões com 80 metros de altura e quilómetros de extensão horizontal, além dos Morros Testemunhos que guardam inúmeros blocos para a prática de boulder. Pois bem, como nada é por acaso, esse potencial abriu nos corações de um pequeno grupo as portas do montanhismo e o instinto exploratório por lugares inóspitos que guardam as energias divinas da criação. As primeiras explorações começaram no inicio da década de 90 com o então estudante de geologia e espeleólogo Nilson Bernardi Ferreira (Chanel) que residia no município e fundou o GRESPIT (Grupo de Espeleologia de Itirapina) como resultado foram algumas cavernas mapeadas, cânions explorados e as rochas foram estudadas a fundo. O referido grupo não existe mais, porém foi um grande passo para a inspiração por novas explorações, novas modalidades e novas pessoas aparecem no cenário do montanhismo local. Paulo Bernardi Ferreira, irmão do "Chanel" com alguns livros de montanhismo e equipos iniciou a escalada no municipio, em um morro próximo da cidade chamado de Morro do Baú (atualmente abriga o campo escola do CMSI) por volta do final da década de 90 e inicio do ano 2000, Paulo mais do que depressa inspirou o Stélio Franco à nova modalidade, este despertou também seus parceiros, Eduardo Santini, Michel Costa (hippie) e Murilo Boareto, todos também participavam das expedições com o "Chanel" pelos cânions da região.

Após um ano de aprimoramento das técnicas e algumas idas a famoso Morro do Cuscuzeiro, começou a busca por paredes maiores e com rocha boa para grampeação de vias esportivas, o local escolhido foi o Vale do Céu no Distrito de Itaquerí da Serra, os referidos escaladores a principio investiram nos projetos em top hope com ancoragens naturais até terem certeza dos movies para iniciarem a grampeação, hoje o local conta com mais de 20 vias de 5º a 9º. Com o passar do tempo o local foi sendo descoberto por outros escaladores, o que impulsionou a escalada no vale e na região. Dai surge a ideia dos escaladores locais se organizarem para desenvolver ainda mais o grande potencial de escalada do município, criando assim o CMSI para assegurar que esse desenvolvimento irá respeitar a ética local e o ambiente circundante, de maneira organizada e responsável.